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O crescimento demográfico das últimas décadas causou efeitos tanto positivos quanto negativos. Com mais pessoas no mundo, maior a demanda por construção de habitações. A economia cresce, o PIB aumenta gradativamente, no entanto, paralelamente, crescem os impactos ambientais e sociais como sintomas de uma urbanização desenfreada. Em razão disso, o macrocomplexo da construção civil no Brasil e no mundo cresce com significativa carência de planejamento e sustentabilidade, o que confere a esse setor o título de maior consumidor de recursos naturais e maior gerador de resíduos sólidos.

Estatísticas apontam que o consumo de recursos naturais pela Construção Civil em cidades brasileiras médias e grandes corresponde de 40 a 70% do total. Além disso, estima-se que os Resíduos de Construção e Demolição correspondam a 40% de todos os resíduos gerados na economia. A indústria cimenteira, cujo objetivo principal é abastecer o construbusiness*, é responsável pela emissão de mais de 6% de CO2.
Diante de tantos problemas causados pelo crescimento do construbusiness, surgem algumas propostas que visam melhorar o atual panorama, tais como:
Minimizar o consumo de recursos, diminuindo os impactos gerados não apenas pelo acúmulo dos resíduos, mas também pelo transporte e extração de materiais – fase que representa 80% do consumo energético na construção de um edifício;
Maximizar a reutilização de recursos por meio da reutilização de materiais e componentes. Um exemplo disso encontra-se na construção da UnB, em que se reutilizava em 18 vezes a mesma fôrma de madeiras compensada para moldagem de vigas de concreto armado no canteiro de obras;
Usar recursos recicláveis ou biodegradáveis e não tóxicos. Escolher materiais que apresentam maior facilidade de retornar ao ciclo industrial do ponto de vista social, ambiental e econômico. Ademais, priorizar também materiais que possam se decompor e fornecer nutrientes para a natureza postumamente ao seu ciclo de vida útil diminuindo, assim, os impactos gerados pelo acúmulo de resíduos em aterros. Além disso, valorizar também a saúde humana, escolhendo materiais não tóxicos;
Buscar a durabilidade dos edifícios não apenas por meio da escolha de materiais de qualidade, manutenções periódicas e dimensionamentos adequados, mas também, por meio de designs que possibilitem a readequação dos edifícios às mudanças nas necessidades dos usuários. Em outras palavras, a durabilidade deve combater, além da degradação física dos materiais e componentes, a degradação social, vista como consequência de mudanças nas necessidades e gostos dos usuários ao longo do tempo.
Nesse sentido, percebe-se que a reciclagem está longe de ser a única solução e que é preciso ter uma mudança de valores não apenas pelas empresas envolvidas mas também pelos clientes (todos nós).
O setor da Construção Civil é o que mais recicla no Brasil, aproveitando grande parte de resíduos das indústrias siderúrgicas como a escória de alto forno** nas armaduras de concreto armado e a microssílica*** no cimento Portland.
Por outro lado, quando observados os Resíduos de Construção e Demolição (RCD), nota-se que a reciclagem está muito abaixo do esperado. Enquanto países como a Holanda reciclam cerca de 90% desses resíduos, o Brasil recicla apenas 21% (em detrimento dos 19% de poucos anos atrás). No país existem 310 usinas de reciclagem, dentre as quais apenas 74% operam plenamente, ou seja, o potencial de crescimento da reciclagem de RCD é muito grande mas ainda falta incentivo do governo, conhecimento do mercado e resíduos de qualidade.
Segundo uma pesquisa da ABRECON, as principais causas de dificuldade na venda de agregado são:

A reciclagem é um setor que apresenta inúmeras vantagens mas que enfrenta muitas dificuldades seja por questões políticas, burocráticas e técnicas, seja por falta de conhecimento do mercado consumidor, o qual muitas vezes repudia os agregados reciclados acreditando que sua qualidade é inferior. Nesse sentido, para contrariar essa postura conservadora, seguem as principais vantagens da reciclagem:
Os altos preços para deposição de resíduos em aterros (U$S 100,00/ton na cidade de São Paulo) tornam a reciclagem mais atrativa do ponto de vista financeiro para os geradores de resíduos;
A reciclagem reduz o volume de extração de matérias-primas, ou seja, recursos naturais limitados, minimizando os impactos gerados pela extração e também pelo transporte de materiais, uma vez que a distância entre o material reciclado e o canteiro de obras pode se tornar substancialmente menor do que a distância de uma jazida. Em São Paulo, por exemplo, o esgotamento de reservas próximas da capital faz com que a areia natural seja transportada por mais de 100km;
A produção de materiais reciclados, normalmente, exige bem menos energia que a produção de materiais a partir de matérias-primas, demandando, portanto, menos custos e acarretando em menos impactos ambientais;
Redução da poluição, como no caso da incorporação de escórias e pozolanas, reduzindo a emissão de CO2 por evitar a calcinação da matéria-prima – processo que libera, para cada tonelada de cal virgem, 785kg de CO2. A calcinação torna a indústria cimenteira responsável por mais de 6% de CO2 gerado no Brasil;
A incorporação de resíduos permite a produção de materiais de melhor qualidade,como a adição de microssílica, viabilizando concretos de alta resistência mecânica;
A reciclagem promove a redução de aterros e, consequentemente, o arrefecimento de contaminação ambiental, contaminação dos lençóis freáticos, problemas de saneamento público e custos sociais no gerenciamento de resíduos.
Nessa perspectiva, ainda há longo caminho a percorrer. Diante de tantos problemas, é necessário o desenvolvimento de um olhar mais sistêmico não apenas em relação à construção, mas em relação aos bens e serviços que consumimos. Falta educação ambiental, planejamento, pensamento inter geracional, preocupação social e reflexão crítica para alcançarmos o ideal. Diante do exposto, porém, o país não está estagnado. As usinas de reciclagem estão em crescimento. 68% dessas pretendem ampliar seus negócios nos próximos 2 anos. A sustentabilidade só cresce ao redor do mundo e a perspectiva é de continuar com a disseminação dos 17 objetivos do Desenvolvimento Sustentável. A situação ambiental e social atual é preocupante e requer ações concretas.
*Cadeia de atividades produtivas da Construção Civil, incorporando as etapas de extração, produção e transporte do material, construção, manutenção e demolição de edificações.
**produto obtido pela fusão e arrefecimento da escória de ferro (um subproduto da produção do ferro e do aço) de um alto-forno em água ou vapor, para produzir um produto vítreo granulado que é, então, seco e moídos em um pó fino.
***É um subproduto da indústria de ferro-ligas e consiste de partículas extremamente pequenas de sílica amorfa, ou seja, 100 vezes menor que o grão de cimento.
****Materiais produzidos industrialmente, ou derivados de cinzas volantes de processos de queima industrial.
Referências
ABRECON. Universidade Federal do Paraná. Relatório 2 Pesquisa Setorial. Paraná, 2015.
ÂNGULO, Sérgio Cirelli et al. Desenvolvimento Sustentável e a Reciclagem de Resíduos na Construção Civil. São Paulo: 2001.
JOHN, Vanderley M. Aproveitamento de Resíduos Sólidos como materiais de construção. São Paulo: FAPESP, 2000.
MINISTÉRIO DAS CIDADES. Panorama dos Resíduos de Construção e Demolição (RCD) no Brasil. Brasília: 2003.